segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Poder de Cura do Perdão

Presidente Gordon B. Hinckley
O espírito de perdão e a atitude de amor e compaixão para com aqueles que achamos que nos fizeram mal é a própria essência do evangelho de Jesus Cristo. Todos precisamos desse espírito. O mundo todo precisa dele. O Salvador ensinou e exemplificou-o como nenhuma outra pessoa jamais o fez.
“Meus discípulos, nos dias antigos, procuraram pretextos uns contra os outros e em seu coração não se perdoaram; e por esse mal foram afligidos e severamente repreendidos.
Portanto digo-vos que vos deveis perdoar uns aos outros; pois aquele que não perdoa a seu irmão suas ofensas está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior.
Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar, mas de vós é exigido que perdoeis a todos os homens.
E devíeis dizer em vosso coração: Que julgue Deus entre mim e ti e te recompense de acordo com teus feitos”. (D&C 64:8–11)
Como temos necessidade de aplicar esse princípio divino, bem como aquele que o acompanha, o arrependimento! Vemos a necessidade dele nos lares em que as pessoas transformam pequeninos montes de desentendimento .
Isso acaba-se transformando em um cancro corrosivo e destruidor. Será que existe em nossos dias uma virtude mais necessária do que a de perdoar e esquecer? Existem pessoas que acham que isso é sinal de fraqueza. Será que é? Eu acho que não é necessário força ou inteligência para ficar remoendo as injustiças que sofremos, para viver com o espírito de vingança, para desperdiçar nossos talentos no planejamento de retaliações. Não encontramos paz nutrindo os ressentimentos.
Não somos felizes quando vivemos para o dia da vingança.
Recordo-me de uma longa conversa com um casal, no meu escritório. Havia grande rancor entre eles. Eu sei que houve tempo em que seu amor era profundo e verdadeiro, mas cada um tinha desenvolvido o hábito de mencionar as faltas do outro. Sem disposição para perdoar o tipo de erros que todos nós cometemos, e sem vontade de esquecê-los, viver acima deles e ser tolerantes, ficaram achando faltas um no outro, até que o amor que antes sentiam desvaneceu, virando cinzas e terminando num divórcio sem motivo aparente. Hoje só restam a solidão e as recriminações. Tenho a certeza de que, se tivesse havido um mínimo de arrependimento e perdão, eles ainda estariam juntos, gozando do companheirismo que tanto enriquecera seus primeiros anos de casados.
curemos as feridas—oh! As muitas feridas causadas por palavras cortantes, por mágoas teimosamente cultivadas, por planos de vingança contra quem nos tenha prejudicado. Todos temos um pouco desse espírito de vingança dentro de nós. Felizmente, também, temos o poder de elevar-nos acima dele, se nos revestirmos com o “vínculo da caridade, que é o vínculo da perfeição e paz”. (D&C 88:125)
“Errar é humano, perdoar é divino.” (Alexander Pope, An Essay on Criticism, 2:1711) Não podemos encontrar a paz, quando continuamos a lembrar a dor das velhas feridas. Só conseguiremos encontrá-la no arrependimento e no perdão. Essa é a doce paz de Cristo, que disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. (Mateus 5:9)

Nenhum comentário:

Postar um comentário